
O ano começou com a concessão dos transportes públicos em Aveiro, diminuindo a oferta e a sua qualidade e aumentando os preços. Trata-se de um excelente negócio para o privado à custa da mobilidade e da qualidade de vida dos cidadãos. A opção do executivo de maioria PSD/CDS, presidido por Ribau Esteves, vai contra os interesses da população.
A oferta de horários foi reduzida. Existem agora menos carreiras disponíveis, prejudicando a mobilidade, fornecendo um serviço desajustado em particular para trabalhadores e estudantes.
O número de paragens foi reduzido, nomeadamente na zona das escolas em Aveiro obrigando os estudantes a deslocarem-se à chuva até às mesmas, agravando as condições de qualidade e de segurança.
O aumento de preços, em especial na linha de Cacia onde o passe aumenta de 27 para 38 euros é escandaloso tanto mais que a qualidade do serviço é deteriorada.
Os utentes com bilhetes da MoveAveiro já comprados são agora obrigados a trocar os mesmos em poucos locais.
Os direitos laborais dos trabalhadores da MoveAveiro e MoveRia foram desprotegidos, nomeadamente com enormes cortes salariais para continuar a desempenhar as mesmas funções.
Em suma, 2017 começou mal em Aveiro com a entrega da MoveAveiro ao privado. A autarquia desiste da definição democrática de um sistema de transportes e paga principescamente a uma empresa privada para assumir esse serviço, com redução de horários, de paragens e aumento de preços.
A oferta da nova empresa concessionada foi feita não a pensar nas necessidades da população, mas sim nas oportunidades de lucro da empresa privada. Por exemplo, algumas das antigas linhas da MoveAveiro limitam-se agora ao término de linhas existentes da empresa privada, daí a redução de paragens e horários. A empresa privada recebe dinheiro público não para acrescentar serviço, mas sim para reduzir a oferta e a qualidade do serviço existente.
O Bloco de Esquerda considera que é um imperativo urgente desenvolver desde já os mecanismos necessários para findar a concessão a privados dos transportes coletivos.