
Os trabalhadores da MoveAveiro manifestaram-se contra os despedimentos que a autarquia PSD/CDS-PP pretende forçar na empresa pública e contra o desmantelamento do serviço de transportes públicos. As palavras de ordem “Élio Maia para a rua”, “privatização, não! serviço público, sim!” marcaram o ritmo neste cortejo a que se juntaram alguns populares.
A MoveAveiro é uma empresa municipal de mobilidade que agrega os autocarros, as lanchas e ferry sobre a ria, as bicicletas gratuitas e o estacionamento. Ela tem sido alvo de salários em atraso e da ofensiva do executivo municipal PSD/CDS-PP. A autarquia prepara-se para entregar as rotas mais rentáveis dos autocarros, sem qualquer concurso público ou compensação, à empresa privada Transdev. Em consequência, 70 trabalhadores serão despedidos. Poucos dias após a garantia do Presidente da Câmara de que não haveriam despedimentos, a empresa municipal está a tentar, através de reuniões individuais, forçar os trabalhadores a demitirem-se, argumentando que os primeiros teriam mais hipóteses de serem contratados pela Transdev.
A coligação de direita já tinha aprovado a concessão de todo o estacionamento existente e a existir em Aveiro (nomeadamente a construção de 4 novos parques de estacionamento subterrâneos) a privados por um período de 60 anos, retirando assim a grande fonte de receita da empresa pública.
O STAL (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local) convocou a manifestação e “exige que antes de mais seja levado a cabo um amplo debate publico e participado sobre o futuro dos transportes públicos em Aveiro, envolvendo trabalhadores e utentes". O sindicato considera ainda que "a remunicipalização deste serviço público essencial constitui uma opção que trará seguramente mais vantagens à autarquia, aos utentes e aos trabalhadores.”
O deputado Pedro Filipe Soares e vários membros do Bloco de Esquerda juntaram-se à manifestação. Em declarações à imprensa o parlamentar salientou a solidariedade para com “os trabalhadores e as trabalhadoras da MoveAveiro que estão em defesa do seu posto de trabalho. No momento em que o desemprego já bateu à porta de mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, a luta destes trabalhadores é ainda mais importante”. Pedro Filipe Soares destacou ainda a “luta pela defesa dos serviços públicos, contra uma Câmara que quer destruir o que é público, para dar de bandeja aos privados”. “É nesta luta, pelo trabalho e pelos serviços públicos, que estes trabalhadores dão um extraordinário exemplo”, concluiu.