Pedro Filipe Soares fez declaração política na Assembleia da República, falando sobre a 8ª e 9ª avaliações da troika e o debate para OE 2014.

O líder parlamentar começou por criticar a coordenação do governo entre Paulo Portas, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, lembrando que Paulo Portas falou de uma meta de défice de 4,5% para 2014 e Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque falaram em 4%. Ironicamente afirmou: “Tanta coordenação, só podia dar aquilo que deu, tamanha descoordenação. Afinal, o coordenador do governo está descoordenado com o próprio governo”. E enfaticamente, frisou que o governo “nem numa coisa essencial para o orçamento para 2014 consegue ter uma única voz na discussão”.

Pedro Filipe Soares criticou o governo “que vê na Constituição um entrave à austeridade” e a “irresponsabilidade” do ministro Paulo Portas que prometeu um guião da reforma do Estado, que não apresentou, havendo apenas a carta de Passos Coelho à troika, que a ministra das Finanças diz ser “a carta da verdade”. O líder parlamentar do Bloco denuncia então que nessa carta os cortes apontados para a saúde são de 94 milhões de euros, mas as notícias é que esses cortes serão de 200 milhões de euros, “mais do dobro do prometido na carta da verdade”.

O líder parlamentar do Bloco denunciou ainda que o governo quer que “o corte da contribuição extraordinária de solidariedade para todas as reformas a partir de 1.350 euros”, seja “novamente” imposto para 2014.

Pedro Filipe Soares falou também de uma das “enormidades” do governo, de ter cortado por três vezes a indemnização por despedimento e que agora, “ao lado dos patrões”, “coloca o IEFP a pagar o despedimento”. “Não é um incentivo ao emprego é o pagamento do despedimento com os fundos comunitários através do IEFP”, frisou.

O líder parlamentar salientou, por fim, que estas são as escolhas de um “Governo que tem um fanatismo pela austeridade e uma vontade de aumentar a desigualdade” e por isso “terá na rua” “a confrontação de um povo que não aceita ser mais sacrificado nos cortes deste governo”.