PSD e CDS rejeitam proposta do BE para abandonar uso do cancerígeno "glifosato" no espaço público

O Bloco propôs que a autarquia aveirense abandone o uso de glifosato no espaço público. PSD e CDS rejeitaram a proposta. Em contraciclo, a União Europeia adiou ontem o voto para renovar a licença para o uso deste herbicida.

Na última reunião da Assembleia Municipal de Aveiro, a proposta foi rejeitada registando 10 votos a favor, 17 contra e 5 abstenções. O Bloco lamenta que PSD e CDS insistam que a autarquia use este produto cancerígeno nos jardins, praças, passeios, estradas e cemitérios do concelho. Note-se que várias Câmaras Municipais abandonaram o uso deste químico dado existirem alternativas.

O Presidente da Assembleia em exercício, que acabaria por se abster, ainda propôs que os dois pontos da proposta do Bloco fossem votados em separado, mas a bancada do PSD não aceitou essa possibilidade.

A licença europeia para o uso de glifosato (no espaço urbano e na agricultura) expira a 30 de junho. A Comissão Europeia propunha a renovação da licença até 2031, mas a forte oposição de vários estados-membros levou ontem ao adiamento da decisão dado que a renovação seria rejeitada. Não deixa de ser relevante que vários estados-membros levem a defesa da saúde pública mais a sério que os deputados municipais de PSD e CDS em Aveiro.

O glifosato é um herbicida considerado potencialmente cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde, associado ao Linfoma Não-Hodgkin, um dos cancros que mais se regista no país com 1.700 novos casos por ano. A Ordem dos Médicos critica a inação do Governo em não proibir o seu uso. Em 2015, a Câmara Municipal de Aveiro usou 185 litros de herbicida à base de glifosato.

O texto da proposta.