Semana da Mobilidade é provocação aos aveirenses

O primeiro dia europeu sem carros com a coligação PSD/CDS-PP no poder em Aveiro, em 2006, foi celebrado com uma caminhada do então Vereador Capão Filipe dos Paços do Concelho ao Rossio. Mais tarde em mais uma edição, a autarquia cortou ao trânsito duas ruas pedestres. O tom mantém-se: ridicularizar, desleixar, provocar.

Este ano, na semana da mobilidade a autarquia promove passeios em 20 bicicletas pela cidade, contudo esta ação não tem qualquer repercussão na política concreta da coligação. Em março de 2006, o Vereador Pedro Ferreira garantia que as BUGAs iam regressar ao modelo da moeda por ser aquele que permite “a maior mobilidade entre os espaços”. Prometeu ainda aumentar o número de BUGAs disponíveis e criar novos parques para as mesmas. Seis anos depois, a BUGA deixou de ser um projeto de mobilidade, tendo apenas um único ponto de entrega e horário reduzido.

Retratando a semana da mobilidade, o site da autarquia pergunta “posso experimentar utilizar os transportes públicos?”. Nada mais irónico tendo em conta que, a meio da semana, o executivo de Élio Maia tentou materializar a desistência da MoveAveiro e o despedimento dos seus trabalhadores.

O corolário desta semana da mobilidade é o “Dia de Aveiro sem carros no Passeio!”. A autarquia explica que é um dia de tolerância zero: vão-se colar autocolantes nas viaturas infratoras. Um ato que em todo o ano merece uma multa, na tolerância zero merece um autocolante. O dia europeu sem carros, em que as ruas são tomadas pelos cidadãos em que a população e a autarquia são desafiadas a procurar e testar novas soluções de mobilidade é assim achincalhado. Trata-se de um insulto a todos os aveirenses e de perder toda a noção do ridículo.